domingo, 28 de novembro de 2010

A teologia da história islâmica

Nesta altura, Maomé via-se como o profeta árabe que, sucedendo aos profetas do Antigo e do Novo Testamento, guiaria os Árabes de uma época de «ignorância» (gahiliya) para o rumo certo. Segundo a concepção muçulmana, agora bem definida, a história da revelação decorreu nas seguintes três fases.

- Em primeiro lugar, Moisés trouxe a Tora, a revelação para o Judaísmo: «Revelamos a Tora (em tempos, aos filhos de Israel), que encerra (em si) orientação e luz, com a qual os profetas, submetidos a Deus, julgam os judeus, bem como os rabinos e os doutos, aos quais estavam recomendadas a observância e a custódia do livro de Deus» (106).

- Depois, Jesus trouxe o Evangelho, a revelação para o Cristianismo: «E depois deles (profetas dos filhos de Israel), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra (em si) orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Tora e exortação para os tementes. Que os adeptos do Evangelho (os escribas cristãos?) julguem (agora) segundo o que Deus nele revelou» (107).

Finalmente, Maomé trouxe o Alcorão, a revelação para o Islão: «Em verdade, revelamos-te (finalmente) o livro (Alcorão), corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os (judeus e cristãos?), pois, conforme o que Deus (te) revelou, e não sigas os seus caprichos (pessoais), desviando-te da verdade que te chegou»!

in Islão, Hans Küng, Edições 70, pp 147