domingo, 7 de novembro de 2010

Estudar o Islão porquê? - II

 

Desde há algumas décadas as circunstâncias da história atraem a atenção sobre o mundo muçulmano, tanto no plano político como económico. Muitos dos nossos contemporâneos descobrem agora esse mundo que pensavam estar irreversivelmente condenado a não desempenhar mais do que um papel de segunda ordem, a ir a reboque doas grandes potências, e cuja história, em geral, só muito superficialmente se conhece.
Uma concepção europocentrista da história tendeu a deixar na sombra os feitos que caracterizaram a existência do mundo muçulmano no passado medieval: se alguns dos seus feitos e nomes se conhece, isso deve-se a estarem relacionados com acontecimentos ou personagens do Ocidente.
É evidente que a mente dos Ocidentais está demasiado cheia de ideias preconcebidas e de preconceitos; o conhecimento do Islão deixa-se para alguns especialistas; os «orientalistas», cuja audiência é limitada apesar dos seus esforços por dar uma visão mais ampla do mundo aos seus compatriotas ocidentais.
O Islão foi - e continua a ser - um dos factores mais eminentes da história da humanidade desde a Idade Média: deu não só origem a uma religião - que actualmente conhece ainda uma impressionante expansão, e que levou a milhões de indivíduos uma concepção espiritual que se situa na mesma linha do judaísmo e do cristianismo -, mas também a Estados e impérios que dominaram uma grande parte do Velho Mundo em diferentes épocas e uma civilização intelectual e artística que constitui considerável contribuição para a cultura da humanidade.

Adaptado de Robert Mantran, História Universal, vol. 3, págs. 1-10

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